sexta-feira, 3 de março de 2017

Nota de leitura: Cidades Coloniais

Notas de leituras são um excelente método para estudar e revisar um determinado assunto. A minha metologia aqui usada é comparar os autores em suas semelhanças e diferenças sobre determinado tema. Durante minha graduação realizei várias dessas notas de leituras e postarei mais com o passar do tempo aqui no blog. É importante também fazer um quadro esquematizado para comparar as ideias dos diferentes autores.
Na nota de leitura de hoje usei apenas dois autores, uma pequena análise acerca das Cidades Coloniais no Brasil, comparando Almicar Torrão Filho e Melissa Ramos da Silva Oliveira.

Nota de leitura: 

Filho aborda a questão das Cidades Coloniais a partir de como se constroem imagens sobres elas, o autor foca mais em como são as projeções das cidades. Para ele, as exigências da colonização demandavam evidentes funções urbanas, sendo estas, relacionadas à exigências de portos para escoamento da produção, finanças, segurança, comerciantes, artesões, etc. Sendo assim, Filho conclui que a cidade colonial pode ser entendida como uma ponta-de-lança da penetração econômica, política e cultural, segundo a qual a organização, ou reorganização, estrutural da sociedade ou do território colonizado em seu lugar. Aponta que na colonização portuguesa e espanhola na América, as Cidades além de possuir funções administrativas e econômicas, tinham um caráter de difusoras da cristandade e do modo de vida europeu. Ele cita o exemplo dos aldeamentos que facilitou a difusão desses valores cristãos e europeus.
Oliveira questiona se a cidade foi realmente obra do acaso e da imprevidência, e que se houve realmente a falta de planejamento nas cidades coloniais brasileiras. A autora se preocupa em definir e conceituar as cidades coloniais em suas formas e não em suas funções. Para ela, toda cidade colonial para ser caracterizada de tal forma, deveria possuir uma Casa de Câmara e Cadeia, uma praça com pelourinho e uma Igreja Matriz, não se tem uma abordagem a respeito da questão dos valores que essas cidades tinham a Coroa Portuguesa.
 Filho levanta a problemática da diferença entre o processo de estruturação das cidades portuguesas das espanholas. O autor se baseia na corrente de Sergio Buarque de Holanda, em que define a oposição que separa as cidades portuguesas das cidades espanholas na América: as primeiras nascidas e crescidas sob o signo da desordem e da improvisação, enquanto as espanholas são resultado “mental”, de trançado uniforme, planejado e ordenado. É comparada também a forma de ocupação portuguesa com a forma de ocupação medieval, com traçados tortuosos e preocupados com a segurança das cidades, se instalando em lugares altos e com muralhas, enquanto os espanhóis utilizavam o método de tabuleiro.
Já Oliveira, discute em seu artigo o processo de estruturação urbana das cidades brasileiras durante o período da colonização. A autora baseia-se nas Cartas Régias, indicando um planejamento prévio ao desenvolvimento dessas cidades, argumentando e contrapondo com Holanda, e que não houve totalmente um crescimento totalmente desordenado, como indica a ideia do semeador.  É feito análise de algumas Cartas Régias e reflete-se o processo de consolidação dos núcleos urbanos brasileiros. A autora então defende que não houve falta de planejamento, mas sim um processo de estruturação urbana peculiar, que foi diferente das cidades espanholas, nas quais houve um planejamento prévio ao desenvolvimento. Nessa perspectiva, a autora verificou que o português não era o desleixado, o semeador, que não pensava nem planejava o território, criando núcleos urbanos irregulares, sem nenhuma diretriz, como destacou Sérgio Buarque de Holanda e enfatizou Amilcar Torrão Filho.
 Para Oliveira, o urbanismo colonial português não possuía uma legislação específica de âmbito geral que os colonizadores pudessem seguir. Os povoadores adotavam sempre as Ordenações do Reino, que em sua maioria deveriam trazer determinações específicas para cada caso particular. As Cartas Régias, que tratavam das fundações de vilas e cidades, na maioria das vezes acabavam passando de uma cidade para outra, tornando-se quase uma regra a ser seguida por todas.
Filho em seu texto chama o modo de ocupação português de antiurbanista, e que foi generalizado no Brasil, fruto de um método com raízes na era medieval. Afirma que os colonos portugueses não cuidaram de incrustar a cidade na paisagem, apenas “afundavam-na” no solo, semeavam-na, utilizando das palavras de Holanda. Aponta que o faziam tão sem cuidado que quase todas as vilas inauguradas nos séculos XVI e XVII foram postas pelos seus fundadores em sítios inadequados, citando o exemplo de Filipéia e Mariana. Nas palavras do autor “Pobreza e insignificância são as características principais dessas cidades, que sofriam a competição da roça, onde as fortunas florescem nas casas-grandes.”
A autora Oliveira, contrapõe este argumento trazido por Filho em que as Cartas Régias traziam recomendações e determinações a serem seguidas e que em alguns casos como no de Mariana e Vila Boa de Goiás não seguiram estas Cartas Régias, e o que houve foi a predominância da desobediência dos moradores. Nestas Cartas Régias havia determinações de que o sítio deveria ser seguro, evidenciando uma preocupação com a defesa, e possuía também a questão da abastança de água. Aponta-se ainda as preocupações urbanísticas explícitas nas Cartas Régias, apresentando determinações de arruamento e as reservas de locais para praças, igrejas, edifícios públicos, franquias municipais e logradouros. A autora chama atenção para a praça, que nesta deveria conter o pelourinho, que simbolizava o núcleo legal, sendo um instrumento e um símbolo de autoridade.
Filho cita que nas vilas brasileiras, em grande parte na maioria das vezes surgiram de regiões ainda que ermas e quase inóspitas, que conheciam uma ocupação rural e embriões de assentamentos urbanos. Cita ainda a importância da Igreja na legislação e organização espacial e social.
Nas Cartas Régias apresentadas por Oliveira, é mostrada a preocupação da Coroa com a uniformização das casas, recomendava-se que as fachadas de todas fossem iguais, contendo a mesma forma, que o exterior das casas deveria ser padrões e quanto ao interior o proprietário decidisse o que fazer.  Recomendava-se que os edifícios tivessem todos da mesma altura, mesma dimensões de portas e janelas e os mesmo tipo de ornamentos. Deveriam seguir a mesma ordem das primeiras casas construídas, é descrito nas Cartas Régias que esta determinação era para prezar a “formosura” das vilas. Outra preocupação contida nestas Cartas eram recomendações para que não se ocupasse a margem inundável dos rios, evidenciando que neste período já se tinha consciência de que essa ocupação da margem dos rios era problemático devido o transbordo dos rios. A autora ainda aponta que no período colonial, havia uma preocupação por parte do governo português de que todas as pessoas tivessem um pedaço de terra para morar e cultivar, evitando a desigualdade de terras, fazendo então a divisão igualitária destas.
Filho reconhece a existência das Cartas Régias, porem o considera como um detalhamento e que eram medidas concretas e que tais cartas faziam que regularizassem alguns elementos e que se repetiam nas vilas e cidades, em condições determinadas. Afirmando que de certa forma a regularidade não poderia faltar às cidades portuguesas na América. E que não havia um plano prévio não seguindo métodos lógicos, e que essas seriam determinações vindas do particular e que eram adotadas pelo geral, chamando então de um aproveitamento do acidental, assim, denomina este acontecimento, essa forma de ocupação de pitoresco. O autor conclui que a ocupação e ordenamento das cidades coloniais brasileiras se resumiram a ordem, desordem, planejamento, desleixo que foram as oposições que marcaram as imagens sobre estas cidades.
Oliveira considera que houve uma “espontaneidade e organicidade” que caracterizou a maior parte das ocupações coloniais no Brasil, mas afirma que a Coroa Portuguesa sempre teve preocupações urbanísticas, sócias, econômicas e políticas, expressas por meio de Cartas Régias.



Textos escolhidos:

FILHO, Almicar Torrão.Imagens de pitoresca confusão: a cidade colonial na América Portuguesa. Revista USP, São Paulo,  n. 57, p.50-67 março/ maio 2003.


OLIVEIRA, Melissa Ramos da Silva - O URBANISMO COLONIAL BRASILEIRO E A INFLUÊNCIA DAS CARTAS RÉGIAS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO ESPACIAL - -.Complexus – Instituto Superior De Engenharia Arquitetura E Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.1, P.175-188, Março de 2010.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Métodos de estudos

Olá visitantes do Acontecer Complementar, hoje vou trazer algumas dicas junto com relatos pessoais que podem ajudá-los em algum momento nos seus processos de estudos. 

Durante todo o meu processo de formação, desde o Ensino Médio e mesmo até depois de formar, ao estudar para provas de concursos e processos seletivos utilizei um método de estudos que tinha sido eficaz. Utilizava-o, porém, descobri a pouco tempo o canal do Fernando Mesquita  onde ele explica e até nomeia esse método. Indico muito o canal do Fernando para quem busca motivação, orientação para estudos, seja ele para vestibular, provas de pós-graduação ou concursos (área que ele mais foca).

Pode parecer um discurso bem meritocrata mas sempre busquei ver vídeos motivacionais, livros, frases que me inspirassem a acreditar em mim e continuar firme nos meus objetivos e portanto, nos meus estudos. Comecei faz pouco tempo a focar em estudar para provas de concurso, por muito tempo apenas fazia as provas sem ao menos ler um tema que cairia na prova. Depois de ser reprovada, ficar em colocação baixa comecei a adotar alguns métodos e me disciplinar. Não foi uma tarefa fácil, depois de sair da faculdade fiquei acomodada, raramente abria um livro pra estudar e quando fazia me via pegando o celular e olhando o whatsapp, facebook e todas as redes sociais que eu tinha direito.

O método que vou explicar, tem muitas coisas em comum com o do Fernando Mesquita que o chama de Ciclo EARA, e eu chamo de método topzera da aprovação. (brincadeira) Alguns eu já utilizava na graduação e outros comecei só agora depois de formada.

A primeira coisa que você tem que ter em mente quando for se preparar para qualquer prova é, obviamente, escolher o tema/disciplina que se tem que estudar. Logo após separar bons materiais para o estudo, na internet há milhões disponíveis e de boa qualidade. Você irá gastar umas horinhas procurando e garimpando mas valerá a pena no final todo o tempo gasto.

Sempre coloquei em minha cabeça que eu deveria me esforçar mais do que achava que estava para obter bons resultados. Como disse anteriormente, frases motivacionais me movem e uma que tenho pregada na parede do meu quarto é: “Estude o dobro, pratique o triplo e fale a metade!” .
Outra coisa que me ajuda é acreditar no meu potencial, acreditar naquilo que se almeja, pois se você mesmo não acredita, quem mais resta para torcer se nem mesmo você acredita no seu próprio valor?

O primeiro passo que dou é montar um cronograma, no excel ou em um papelzinho mesmo, botar metas, objetivos, prazos. Exemplo: Vou estudar para o vestibular. Ok. Elenque todas as disciplinas cobradas, coloque o horário disponível que você tem e os dias da semana e tente distribuir essas disciplinas de um modo que sempre dê para você estudar todas durante a semana. Deixe um tempo para revisão de material e resolução de exercícios. Coloque metas anexadas a esse cronograma pois estará diagnosticando a sua evolução. Abaixo peguei um print de uma planilha de horários que esquematizei para orientar meus estudos para uma prova, tudo depende do seu tempo disponível para o estudo.

Um dos maiores desafios que enfrentei quando comecei a estudar realmente foi manter o foco e a concentração somente nos estudos. Demorei de 2 a 3 semanas para conseguir estabelecer uma rotina diária de estudos. Para isso utilizei a Técnica Pomodoro, de cronometrar o tempo estudado e depois ter um descanso. Comecei com 25 minutos, escolhia um tema para estudar e ficava os 25 minutos e o celular despertava e eu tinha 10 minutos de descanso para fuçar nas redes. E depois voltava a estudar o tema se não tivesse terminado ou começava outro tema. Com o passar dos dias fui aumentando o tempo destinado a um tema até que cheguei em 1hora e 30minutos de estudos e 15 minutos para descanso. Teve dias que desligava o despertador e continuava a estudar, e isso não era um problema pois já havia conseguido estipular um foco, uma rotina, havia me acostumado a manter a concentração apenas naquilo. A pedagogia progressista teria vergonha de mim, pois se lutou tanto para a autonomia e liberdade dos alunos e eu aqui, pregando uma alta disciplina rígida. hahahhah

O Fernando Mesquita fala uma coisa que eu também concordo, repitam comigo: LER NÃO É ESTUDAR. Isso, agora todos juntos: LER NÃO É ESTUDAR. LER NÃO É ESTUDAR. LER NÃO É ESTUDAR.

Se você acha que ao ler um texto você viu aquela matéria, você está errado! Amanhã você já não vai mais lembrar de nada. Ok, diria que 1/3 você lembrará.

Suponhamos que esteja estudando para o vestibular, na disciplina de Geografia na temática de Climatologia, ao ler os textos a respeito no final você vai deixar eles de lado e fazer um resumo do que você leu. Faça um fichamento a respeito da temática utilizando as suas palavras. Garanto que seu desempenho irá aumentar um pouco com isto.
Essa técnica é a da revisão, faça um resumo daquilo que se leu ou aprendeu pois na hora que estiver perto da prova ou resolvendo exercícios será mais fácil de achar no material. Outra técnica excelente é fazer mapas mentais, são sucintos, objetivos e exercitam sua mente a assimilar os conteúdos. Nas semanas e até em horas anteriores as provas, ele é um ótimo recurso para revisão. Vou deixar aqui um vídeo excelente explicando Como se faz um Mapa Mental .

Para fixar o conteúdo aprendido outra técnica que indico é a de aplicar seus conhecimentos em resoluções de questões. Desde o primeiro dia de estudo já comece resolvendo questões, se você está fazendo prova pra vestibular/enem, concurso, processo seletivo, resolva questões de edições anteriores da banca que aplica a prova. Não tenha medo de resolver as questões logo de primeira pois assim você vai estar se acostumando com o que os examinadores costumam pedir nas provas, vai se acostumar com a linguagem utilizada. Faça questões objetivas, discursivas, TREINE!

Uso também uma técnica que pode parecer meio diferente, é a técnica da aula. Terminou de ver um conteúdo? Compreendeu? Agora finja que você está diante uma sala de aula cheia de alunos e explique o conteúdo que acabou de aprender. Ou finja que está fazendo um seminário e apresente para o professor. Eu costumo fazer isso no banho ou quando faço janta, também gosto de imaginar que estou interagindo com algum aluno e ele surge com uma dúvida e eu respondo. Essa é uma forma de revisar sem estar com os materiais de estudo, para ver o que seu cérebro conseguiu assimilar sem ter um auxílio dos livros, cadernos ou computador.

Também gosto de estudar em lugares diferentes do que estou acostumada a estudar, as vezes ficamos somente no nosso quarto, dentro de nossa casa estudando no conforto, mas quando chegamos no dia da prova nos apavoramos e acabamos esquecendo tudo. Estudar em lugares diferentes faz com que seu cérebro se ambiente a diversas situações e se adapte.

E por fim o que sempre me acompanha para qualquer prova que eu faça é um caderninho com anotações da minha evolução, marco os conteúdos já vistos dentro do prazo que eu me estipulei, horas estudadas, questões feitas com os acertos, simulados que já realizei. Tudo registrado para diagnosticar e avaliar o meu desempenho e evolução. Sempre que eu conseguia cumprir uma meta dentro do prazo estipulado eu comemorava, pois creio que deve-se comemorar as pequenas conquistas, os pequenos avanços que conquistamos.

Depois de me formar fiz várias provas de concursos e processos seletivos e não conseguia nem 40% de acerto pois achava que não precisava estudar, já tinha feito 5 anos de faculdade né? Deveria saber tudo. E toda vez que não conseguia aprovação me colocava pra baixo achando que não era capaz, que eu escolhi a profissão errada, mas era um erro meu, pois como vou lembrar sobre a História do Pensamento Geográfico, coisa que vi no primeiro período da graduação? Daí me veio Paulo Freire pulando, cantando em ciranda na minha cabeça: O professor tem que reconhecer que ele não sabe de tudo, que tem que aprender todos os dias, estudar sempre! E acima de tudo reconhecer a sua ignorância.

Desde que reconheci essa minha ignorância e abaixei a bola, sentei a bunda na cadeira e comecei a me organizar, estudar, revisar e aplicar, tenho melhorado muito a minha evolução em provas. Posso não estar contratada neste momento e muito menos ser um exemplo de superação, mas minha confiança subiu 100% no tanto que sou capaz e posso alcançar os meus objetivos. Só estou começando, mas a empolgação é mais de 8.000. 

Espero que essas dicas ajudem nos estudos de vocês, seja para qual objetivo for! Se você tem outro método que utiliza e queira dividir, ou já utilizou um destes métodos, comente ai.
Até mais!

 Links úteis: 

 Canal Fernando Mesquita: https://www.youtube.com/user/fernandofmg

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Analisando pirâmides etárias

Para começar as postagens aqui no blog, trouxe algumas pirâmides etárias de vários países do mundo para analisarmos. Já que nos livros apenas nos ensinam 3 tipos de pirâmides, a de países da África, da Europa e do Brasil. Em um dia estava futricando alguns sites e acabei me deparando com o Population Pyramid e fui ver as várias pirâmides e algumas me intrigaram pela sua composição e como uma boa geógrafa, qualquer dado que nos é posto temos que investigar as causas.


As pirâmides etárias são histogramas, gráficos, que nos permitem representar a estrutura da população através de faixas de idade e por sexo. Na sua composição, o lado direito contém os dados da população do sexo feminino e do lado esquerdo, masculino. E da base até o seu topo, a idade vai se organizando de forma crescente, onde a base representa a população jovem, o meio a população adulta e o topo corresponde a população idosa.

O mais interessante deste site é que ele no primeiro momento nos mostra a pirâmide etária do Mundo, para nos introduzir a dinâmica populacional existente. Todos os dados aqui apresentados correspondem ao ano de 2016.




A base ainda é larga. Vemos que a população do Mundo é de sua maioria jovem, e o topo afinado, nos mostra que há ainda uma menor expectativa de vida. Porém, o gráfico da população mundial pode haver distorções devido as grandes disparidades encontradas - estes dados envolvem de países desenvolvidos até subdesenvolvidos.
Agora vamos aos clichês dos livros e das aulas de Geografia:

                           


A pirâmide acima, corresponde ao Zimbabwe, país localizado no continente Africano. A base larga com formato triangular representa um país de população jovem acentuada, com alta taxa de natalidade e o topo mais estreito mostrando baixa expectativa de vida, típica de país subdesenvolvido, que ainda experimenta fase de crescimento acelerado, correspondendo a primeira fase da transição demográfica.


Já está pirâmide acima, corresponde a Alemanha, país localizado no continente Europeu, marcado por alta produção e desenvolvimento. Esta apresenta forma irregular e topo largo correspondendo a um país com predomínio de população adulta e idosa, onde há uma maior expectativa de vida com sua população envelhecida, que poderá investir mais em programas previdenciários. E por outro lado podem enfrentar falta de mão-de-obra, pois maioria da população encontra-se fora do mercado de trabalho. Tornando-se alvo para migrações, onde indivíduos destinam-se ao país para trabalharem nos vários setores. Este é um caso de país desenvolvido que atingiu a fase de estabilização demográfica, no período pós-industrial.

                                


E para fechar o ciclo de clichês, não poderia faltar a pirâmide etária do Brasil. Apresenta um pequeno estreitamento da base mas o restante começa a apresentar forma triangular, é um caso de país subdesenvolvido industrializado, nas palavras de hoje em dia, emergente! As taxas de natalidade estão reduzidas e a expectativa de vida vem crescendo. Isso significa que nossa população está envelhecendo, e daqui uns anos enfrentaremos problemas previdenciários. Este estreitamento da base se dá devido uma população industrial, e consequentemente sua fixação no meio urbano, com mais acesso a saúde, diminuindo a mortalidade infantil. Há também a elevação dos índices de desenvolvimento humano e econômico.
Trouxe aqui mais outros exemplos em que fogem ao padrão e nestes casos precisamos analisar as causas e as especificidades locais.

                              
                             

                            
Nos países da antiga União Soviética, respectivamente, Rússia, Ucrânia e Letônia, vemos que a proporção de mulheres é relativamente maior que a de homens, sendo os maiores índices na fase adulta e idosa da população. Este fato se dá a situações vivenciadas de guerras, onde morreram mais homens devido as batalhas e também migraram em busca de proteção. Há também há a diminuição da taxa de fertilidade  nesses países, e por isso observamos na base da pirâmide mais igualdade na distribuições dos sexos nestes países.
Uma das consequências desta maior quantidade de mulheres, é a crescente prostituição sendo o grande destino para o turismo sexual. Na Letônia a prostituição é legalizada e por esta razão há um número crescente de mulheres traficadas para o país, Já na Rússia e Ucrânia há uma grande fama da venda de casamentos com mulheres natas desses países, existem sites que vendem casamento facilmente, uma simples pesquisada no google e você achara por estes, deixo no final do post alguns links para maiores informações a respeito desta temática.

Já observando o inverso...
                             

                            



                           
                             
As pirâmides acima é correspondem respectivamente ao Kuwait, Catar e Emirados Árabes, países situados na península arábica, localizado no Oriente Médio. O que mais chama atenção nestas pirâmides e a desproporção entre a presença de homens e mulheres dentro da faixa etária adulta, onde o número é três vezes maior que o de mulheres. Uma das principais causas para estas disparidades é a migração, a maior parte da população destes países é composta por imigrantes. Estes imigrantes servem para alimentar o setor da construção civil que está em grande expansão no Catar e nos Emirados Árabes, com grandes empreendimentos imobiliários. No caso do Catar, este ramo vem sendo crescente e patrocinado graças a construções de estádios de futebol por conta da copa do Mundo de 2022 que será realizada no país. Em consequência desta grande contratação de mão-de-obra há a exploração de trabalho e desrespeito aos direitos humanos, deixo no final do post alguns links para maiores informações a respeito desta temática.
Já no Kuwait os migrantes vão suprir a indústria petrolífera, que é umas das maiores do mundo, e o setor de serviços.Sem falar no processo de patriação no país, que é bem burocrático e dificultado devido ao governo querer manter o status quo. 

Os dados são uma ótima fonte de informação para a análise de uma determinada realidade, porém, faz-se preciso o estudo destes dados e entender os porquês e as consequências que eles geram. Nunca deixem de questionar e pesquisar, dados não são uma realidade estática, pronta e acabada, existem toda uma dinâmica por trás deles.
Qualquer dúvida, sugestão ou comentários deixem aqui em baixo que eu respondo. Até mais!




Links: 

Noivas russas viram negócio na Internet :  http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft06129808.htm

Mulher: Tráfico é um problema comum na Rússiahttp://www.ipsnoticias.net/portuguese/2005/08/america-latina/mulher-trfico-um-problema-comum-na-rssia/


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Repaginando o Acontecer

Olá seguidores, amigos, curiosos e visitantes!
Faz tempo que venho com vontade de escrever, de mudar, de reformular esse blog. Originalmente o construí para postar fotos que eu tirava durante minha graduação e meus olhares sobre o Mundo, porém, decidi que irei escrever sobre aquilo que mais gosto, Geografia!
Aqui, agora, escreverei sobre a ciência geográfica, as dificuldades que encontrei na graduação, as dificuldades que agora encontro para o exercício da profissão, dicas, explicações e até quem sabe opiniões.
Primeiramente me sinto na obrigação de explicar o porquê deste nome, Acontecer Complementar. Idealizei este nome devido a uma publicação, O retorno do território, do mestre Milton Santos, geógrafo brasileiro de grande destaque na ciência geográfica. Ele conceitua três aconteceres (homólogo, complementar e hierárquico) dentro do território e suas novas significações e novos lugares.  Em suas próprias palavras o acontecer complementar:
                                                    “... é aquele das relações entre cidade e campo e das relações                                                                 entre cidades, conseqüência igualmente de necessidades                                                                         modernas de produção e do intercâmbio geograficamente próximo”                                                                                                                     (SANTOS, 1997, p.132).
 Diante disto, vi ali um conceito do que mais me chamava atenção durante meus estudos no ensino médio e na graduação, a relação entre campo-cidade e as relações existentes entre as cidades através da produção. A palavra, complementar, me remete a uma ideia de conexão, me remete a ideia de que todas as coisas deste mundo estão conectadas e se complementam, e que se formos analisar profundamente achamos relações integralizadas. E é assim que eu vejo o mundo, conectado, integralizado, complementado.
Explicado o objetivo do blog e o seu nome, creio que daqui para frente será um ótimo lugar para o auxílio aos estudantes, professores e admiradores da Geografia.

Até mais!